segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Uma Apreensão dos Tempos Modernos

Na coletividade bruxa, atualmente tem-se dilatado o campo de intervenção do concebo, acolá da sua intervenção tradicional na edificação do ‘ser’, sendo o feiticeiro chamado a intervir nos campos da reprodução hábil, se tratando das artes bruxas comuns ou ponto que fornece um elo entre todas as eras em todos os lugares do mundo sob efeito e foco do que era feito a façanha das bruxas antigas. Naturalmente, um dos seus dons sempre foi e ainda é, o de criar. As “culturas”, ainda contêm o papel cada vez mais decisivo na preparação e entendimento de concepções a cerca da bruxaria localizada em determinado território, e esta, por sua vez não pode ser propagada para o todo, tão somente se for adaptada ao ponto diverso do original, adequada de forma a não romper com sua alma. A ciência que estuda, examina e pesquisa, explora e observa, descobre e ensina as artes bruxas (witchcraft), outrora denominada pelas línguas latinas como Bruxaria, pretende abordar e explanar, em que medida, com que processos, e em que circunstâncias, as Artes Bruxas, concorreram para a formação do que ela é entendida hoje, ao se moldarem pelas ideologias de sábios e sistemas culturais retirados de sociedades antigas, dos quais seus segredos foram re-interpretados ou não em tempos modernos, (tendo particular atenção ao caso do exoterismo), que é notório e confabula muito para a criação de artigos sobre o tema, bem como participaram - direta ou indiretamente - nas contradições, nas tensões e nas crises dos diversos momentos da história da bruxaria do século XX, em contrapartida de um legado esotérico e feiticeiro transmitido linearmente de forma hermética nos limiares dos Covines de bruxaria tradicional. Quem foram os grandes ocultistas que desde o século XI, deixaram um legado sobre magia, cujo material ainda hoje pode servir de estudo e aplicação, mas que são menosprezados por alguns bruxos pelo simples fato de desconhecerem o fator tradicional em magia? Isso é coisa para se buscar e refletir, pois esses desconhecidos famosos foram os verdadeiros bruxos em sua época. Quais foram as escolas ou teorias que deram vazão ao bom emprego das pesquisas feitas por esses ocultistas? De onde vieram suas idéias sobre magia? Aquilo que a igreja chamou de bruxaria ainda é a mesma coisa nos dias atuais? O termo ‘Bruxaria’ vem somente designar aquilo que a bruxa faz, sim, bruxas fazem bruxarias, mas não alcança a definição de ‘o que é a bruxa’ realmente, também não deixa claro de onde elas retiram seu poder, de onde veio o seu dom e legado, muito menos dá os limites de atuação de uma bruxa, e alguns mentores propõem cultos neo-pagãos e atribuem a isso o termo bruxaria, edificando o culto como sendo tradicional. Mas será que as bruxas incluíam um culto verdadeiramente religioso em suas práticas? Será que as bruxas que não faz culto não tem poder? Se formos estudar as diversas expressões das artes bruxas, veremos que há muito mais do que se possa imaginar. Costuma-se referir na história das artes bruxas mais tradicionais, a imagem e transformação, o entalhe, a modelagem e o uso de raízes e certas plantas, o ofício dos ferreiros e a arquitetura do ser com sua forja desnudada pelo fogo feiticeiro e seus poderes atraídos para residir tal escultura imortal, os atributos dos dons congênitos guardados na alma, ganhados em vidas anteriores e seus usos principalmente nas horas de emergência. Dos estudos mais elementares aos mais altos estudos, são esses os legados de uma bruxaria evidentemente tradicional, pois tudo interessa à bruxaria, sem nos esquecermos de, no que tange a mão verde da bruxa, foi Paracelso quem legou ao mundo a teoria das assinaturas. Portanto se você é um bruxo que trabalha muito bem com as plantas, obrigatoriamente você estudou a botânica oculta de Paracelso. É muito comum alguém chamar a arte rupestre para fundamentar sua vertente de bruxaria pagã. Mas será que a arte rupestre sozinha é suficiente para ser a dona de uma sabedoria eterna, ou foi a partir dessa arte que se desenvolveu uma percepção da fé? A arte rupestre foi a primeira demonstração de arte que se tem notícia na história humana. Seus vestígios datam de antes do desenvolvimento das grandes civilizações e tribos, como as do Antigo Egito. Esse tipo de arte era caracterizado por ser feito com materiais como terra vermelha, carvão, e pigmentos amarelos (retirados também da terra). Os desenhos eram realizados em peles de animais, cascas de árvores, e, principalmente, em paredes de cavernas. Retratavam animais, pessoas, e até sinais. Havia cenas de caçadas, de espécies extintas, e em diferentes regiões. Apesar dos desenvolvimentos primitivos, podem-se distinguir diferentes estilos, como pontilhado (o contorno das figuras formado por pontos espaçados) ou de contorno contínuo (com uma linha contínua marcando o contorno das figuras). Apesar de serem vistas como mal-feitas e não-civilizadas, as figuras podem ser consideradas um exemplo de sofisticação e inovação para os recursos na época. Não existem muitos exemplos de arte-rupestre preservada, mas com certeza o mais famoso deles é o das cavernas de Lascaux, na França. As características da arte na pré-história podem ser inferidas a partir dos povos que viveram nela, por exemplo, os aborígenes, os índios. Na pré-história, a arte não era algo que pudesse ser separada das outras esferas da vida. Ela não se separava dos mitos, da economia, da política, e essas atividades também não eram separadas entre si. Todas essas esferas formavam um todo em que tudo tinha que ser arte, ter uma estética, porque nada era puramente utilitário, como são hoje um cajado, caldeirão ou uma urna eleitoral. Tudo era ao mesmo tempo mítico, político, econômico e estético. E todos participavam nessas coisas. Isso foi a conhecida era pagã. Uma era cujos costumes tradicionais não se aplica nos dias atuais. A arte como uma palavra que designa uma esfera separada de todo o resto só surgiu quando surgiram as castas, classes e Estados, isto é, quando todas aquelas esferas da vida se tornaram especializações de determinadas pessoas: o governante com a política, os caipiras com a economia, os sacerdotes com a religião e os artesãos com a arte. Só aí é que surge a arte "pura", separada do resto da vida, e a palavra que a designa. Mas antes do renascimento, os artesãos eram muito ligados à economia, muitos eram mercadores e é daí que vem a palavra "artesanato". Então a arte ainda era raramente separável da economia (embora na Grécia antiga, a arte tenha chegado a ter uma relativa autonomia), por isso, a palavra "arte" era sinônimo de "técnica", ou seja, "produzir alguma coisa" num contexto bem-educado, para não dizer urbano. No renascimento, alguns artesãos foram sustentados por nobres, os mecenas (os Médici, por exemplo), apenas para que produzissem arte, uma arte realmente "pura". Surgiu então a arte como a arte que conhecemos hoje, assim como a categoria daqueles que passaram a ser chamados de "artistas", e com a Arte Bruxa (Arte Sábia) não foi diferente, mas vemos bruxos urbanos pregarem uma arte bruxa pautada em paganismo, totalmente falida, uma vez que a arte bruxa pode ter tido seu berço nos anais da pré-história, mas é fato consumado que sua aplicação se dá nos dias atuais, em todos os locais civilizados ou não, por meio de tradição linear, e obviamente as mais antigas são as mais clássicas. Ao abordarmos a questão da bruxaria, teremos que decidir de imediato, tão claramente quanto é possível, de que bruxaria pretende-se tratar, pois se versa uma arte-sábia multifacetada, fluída e subdividida em versículos e versões de cada local, cultura, país, região e família. Um ponto que não compreendemos nem lidamos de uma forma abrangente, não pode se tornar matéria de uma revisão dos fenômenos das bruxas, invocado em apoio de suas teorias, qual permitiu a sua realidade, interpretar de forma totalmente diferente, nem tão pouco poderíamos falar de uma linguagem que poucos compreenderão, e dizer que nunca haverá luz demasiadamente difusa para dissipar a fumaça da ‘estrela sombria’. Observamos desempenho em exercer e se mostrar nesse papel de bruxa, enquanto o que deveria haver é aquilo que se traduz como a natureza interior, em que há uma real questão de qualificação no sentido expresso do termo ‘bruxa’, um acesso deste termo em condições normais em que essa qualificação deve ser exigida para o verdadeiro exercício da profissão/ofício em que a bruxa surgiu. Nisso não há nada de excepcional, e nesse sentido, temos uma infinidade de provas consistentes, em que nos muitos países existiu e ainda existe uma espécie de exclusão parcial de comunidade, especialmente com relação ao ofício do ferreiro, freqüentemente associado com a prática de uma magia inferior e perigosa, eventualmente adjunta na maioria dos casos, com a feitiçaria pura e simplesmente. O que nos preocupa, é a obstinação com a qual os modernos movimentos revivalistas da arte bruxa se empenharam para exumar os restos mortais de outras eras e civilizações, algumas relíquias que, se tornam incapazes para a compreensão e realidade, uma vez que se trata de um sintoma bastante confuso e apaixonado, próprio da natureza das influencias sutis que permanecem ligada aos restos mortais, sem que os investigadores suspeitem, são sacados assim alguma luz que é tomada como verdade e liberada na exumação desse artifício, e então, você pode chamar a isto de ‘encorajar’ uma maneira de olhar, não entendendo esta palavra mais que uma declaração que está no ‘humor’ desses elementos, assim, vemos que esse ‘animismo’, se opõe diretamente ao mecanismo, como a própria aparência se opõe a realidade, contudo, isso é o oposto de ‘evolucionista’, e essa concepção é comum a todas as doutrinas tradicionais. A bruxaria parece ser, em última análise, toda e quaisquer influência espiritual que se contata no mundo material, e as fórmulas tradicionais se encontram muito bem guardadas.congrega-lupino.net Por Cléber Lupino Haddad

A BRUXARIA E A ERA DIGITAL: é possível treinar ou ser treinado através da internet?

caldeiraodecirce. Sempre escutamos ou lemos que a Bruxaria é uma religião, ou ofício, ou tipo de religiosidade antiga, que faz parte do próprio desenrolar da História do ser humano. Quando pensamos em “Bruxa” a imagem estereotipada nos vêm à mente, seguida pela imagem de nós mesmos, após os anos de estudo e esclarecimento do que é, de fato, uma bruxa, um bruxo. Antiga... antiga religião, antiga prática de fazer poções, Bruxaria, Wicca, Bruxaria Tradicional, Bruxaria Moderna... Não importa para o nosso papo aqui que definição queiramos dar para a prática da Bruxaria. O fato é que hoje as antigas práticas da bruxa se mesclam com a era digital. Difícil ver uma bruxa nos dias de hoje sem celular, notebook, tablet, enfim... Vivemos num mundo cuja tecnologia é o caminho para nos aproximar daquilo que é antigo, tradicional. Isso se comprova com facilidade. Pergunte-se de onde você conheceu pessoas da Bruxaria. Pergunte-se aonde você vai para aprender sobre Bruxaria. Eu garanto que boa parte de vocês conheceu praticantes na internet e quando quer saber algo é na internet que você vai buscar. Aliás, você está lendo este artigo por causa da internet! Pois é, hoje em dia a internet é o grande canal da comunidade pagã, onde se aprende, onde se conhece gente... onde, para muitos, inicia-se a descoberta do caminho sacerdotal. Sim, para muitas vertentes da Bruxaria que a encaram como uma religião sacerdotal, como por exemplo, a Wicca, os seus adeptos passam por um longo caminho rumo ao sacerdócio. A esse caminho damos o nome mais comum de Dedicação. Durante a dedicação inicia-se o processo iniciático de uma pessoa dentro dos mistérios da Bruxaria. Esses mistérios são encontrados no mundo, na vida, em outras religiões? Sim, mas com nuances diferentes, enfoques diferentes. Mesmo dentro da Bruxaria, o acesso aos mistérios tem suas particularidades de acordo com o caminho ao qual você pertence. Se você faz parte de um grupo, de uma tradição, se é solitário, enfim, existem muitos caminhos e cada qual tem sua peculiaridade. No entanto, os mistérios são os mistérios e estão aqui, lá, em toda parte... quem tiver olhos que enxergue. E o que isso tudo tem a ver com a era digital? Bem, deixemos os solitários de lado por hora. Não por menosprezo, de modo algum! Mas por que meu foco hoje é falar dos treinamentos sacerdotais que se desenvolvem pela internet. Isso é possível? Como seria isso? Eu comecei falando que o moderno, o tecnológico nos abre as portas do antigo, do tradicional. Através do novo, acessamos o velho, sim. Mas se nos remetermos aos primórdios da Bruxaria... Ok, nem precisamos ir aos primórdios. Vamos ao período medieval. As bruxas sempre foram mulheres fora de seu tempo, modernas dentro das possibilidades que seu tempo permitia. Caldeirão? Se já existisse panela elétrica, com certeza seria uma dessas que usaríamos em nossos ritos! Sim, as bruxas sempre foram moderninhas! E por isso mesmo, não me espanta o fato de a Bruxaria ter como ponto de proliferação a internet. Quantos bruxos e bruxas você conhece que entendem de fazer sites, de navegar nas redes sociais? Quantos são ótimos em desenho digital, trabalham com internet? Quantos vídeos falando sobre Bruxaria você já viu no Youtube? Sites, grupos, comunidades, fanpages, blogs, vlogs, podcasts... Aposto que você vai achar um número razoável de pessoas que desenvolve algum trabalho de Bruxaria ligado a um ou mais desses conceitos. Então esse é o nosso mundo, essa é a nossa realidade. E se assim é, já podemos ampliar os horizontes de treinar pessoas on line? Podemos dedicar pessoas on line? Podemos iniciar pessoas on line? Bem, aí esbarramos numa questão complexa. Até onde podemos ir? Até onde devemos ir? Podemos orientar pessoas pela internet. Muitos desempenham essa função e é maravilhoso. Eu diria até mesmo que é possível treinar alguém via internet, mas nem tudo dá para ser feito à distância. Certas coisas, certos rituais precisam ser presenciais. Por exemplo, uma pessoa que treina alguém pela internet, sem qualquer rito de marcação desse momento, passando a dar as orientações com base em sua experiência, mas sem vínculo espiritual é tão somente uma orientadora. No caso, a pessoa que está sendo orientada será, se assim for o caso, uma autoiniciada. Orientar uma pessoa é diferente de dedicar uma pessoa. Um dedicado e um dedicador já estabelecem um laço espiritual que vai se fortalecendo (ou não) com o decorrer do treinamento e que se consolida com a entrada do dedicado naquilo que chamamos de estado iniciático, momento em que ocorre a iniciação e a entrada efetiva daquela pessoa na família espiritual do dedicador/iniciador. É um nascimento com vínculos fortíssimos entre o iniciador e o iniciado. E também entre os irmãos e irmãs daquela família. Agora, orientar uma pessoa é falar o que ela tem que estudar, é dar um norte para onde tem que ir, num nível formal, sem qualquer vínculo espiritual. Mesmo que a pessoa que orienta tenha "olhos" para enxergar o momento em que aquela pessoa está preparada para se iniciar, ela não é nem o dedicador e nem o iniciador dessa pessoa, mas apenas um orientador. Os laços da dedicação (e ainda mais após a iniciação) são laços muito profundos. E o trabalho de um sacerdote como instrumento dos Deuses no moldar de um dedicado ou iniciado vai muito além de mostrar o caminho do que se tem que estudar, quando e como se tem que estudar. Sendo assim, pode acontecer dedicação à distância? Pode sim, só que essa distância não pode ser total. É preciso que haja certa periodicidade de encontros, participação em certos ritos junto com o dedicador... e, por óbvio, o rito de iniciação é presencial. Não tem como ser diferente disso. Até mesmo por todo o processo antes, durante e depois do ritual. A dedicação de uma pessoa, nem sempre leva a mesma a entrar na sua família mágica... muitos param durante a dedicação. E a orientação menos ainda. Podemos dizer então que temos: Dedicação: aquela em que o postulante vai aprender tudo com base no que foi aprendido pelo sacerdote, pelo coven ou tradição. A dedicação é a "pré entrada" de uma pessoa dentro de uma egrégora, dentro de um sistema mágico que envolve aquele sacerdote, aquele grupo, por isso tem um rito próprio que marca o início desse período de preparação e treinamento. Após esse período, o postulante passa a fazer parte efetivamente da família espiritual do sacerdote, que é seu coven ou tradição, tendo acesso a ritos e mistérios que são fechados e que apenas iniciados daquele grupo têm acesso. Orientação: é mostrar o que o postulante deve aprender, ajudar com dúvidas, trocando ideias. Se o sacerdote tem um grupo (coven ou tradição), ele já tem o material litúrgico daquele grupo, e nesse tipo de orientação, geralmente, o orientado não tem acesso a esse material. Pode ter acesso a ensinamentos obviamente vividos pelo orientador, mas não à liturgia própria do grupo ao qual o sacerdote pertence. Não há rito de entrada, não há vínculo espiritual, não há orientação no sentido de auxiliar o orientando na inserção dos mistérios dentro dos preceitos vividos pelo orientador. Olhando para trás, penso em como tudo se transforma e de como de fato somos os moldadores, os co-criadores de nossa realidade, junto dos Deuses. Antes tínhamos os bruxos solitários ou de família. A Bruxaria se desenvolveu primordialmente nesse meio, tanto que até hoje temos a tendência de chamar de irmãos, filhos, netos, as pessoas que fazem parte de nosso grupo, de nossa tradição. É um resquício de um passado longínquo, mas que, de certo modo, ainda está presente e vivo em nossas vidas. Quando fazemos parte de uma verdadeira família espiritual entendemos isso e outras coisas. É um reencontro de almas antigas que um dia celebraram juntas e que hoje podem novamente celebrar. E para muitos, de lugares distantes, isso só é possível graças à modernidade e à tecnologia! Sendo assim, um treinamento à distância é possível, mas existem limites para esse procedimento, pois o convívio, o vínculo, o amor, a cumplicidade e a construção energética de uma relação ao ponto de chamar outra pessoa de irmão, de filho – ou seja de que a outra pessoa faça parte de sua família – é uma lenta construção. É muito comum que as pessoas que desejam fazer parte de um grupo tendam a dizer que amam as pessoas daquele grupo, sem que isso seja real. Da mesma forma, é bastante comum que as pessoas queiram ver seus grupos crescer, ascender e se tornar grandes grupos, famosos... Isso é uma questão de ego que parece, inclusive, ir de encontro com a ideia de que a Bruxaria jamais foi uma espécie de religiosidade de massas.. E a internet, por ser uma ferramenta de disseminação, de promoção de encontros excepcionais, serve a esses propósitos, gerando uma banalização da ideia de família espiritual, de vínculo espiritual entre mestre e discípulo... Contudo, de forma alguma a internet substitui o contato olho no olho, a prática conjunta, o abraço. Talvez cheguemos a um ponto em que esses questionamentos sejam desprezados. Talvez já hoje, enquanto você lê este artigo, sua opinião sobre o assunto seja diversa do que escrevi. São as transformações, os ciclos da vida... Mas, para mim, embora eu tenha amigos queridíssimos on line, no meu trilhar e na minha família espiritual, só faz parte aquele que sai da tela do computador e me abraça sinceramente e comigo comunga no moderno caminho dos Antigos Deuses.caldeiraodecirce.

Bruxaria – No princípio

"Na Bruxaria, cada um de nós deve relevar sua própria verdade" The Spiral Dance: a Rebirth of the Ancient Religion of the Great Goddess Muito já foi falado no Madrugada Macabra sobre os mistérios da natureza e da realidade, além da crença no sobrenatural, na existência de criaturas míticas e na influência de fatores paranormais nas vidas humanas. Falamos sobre criaturas com poderes paranormais, sobre homens brincando de deus, sobre maldições milenares. Ignorando, é claro, a discussão sobre a veracidade ou não destas e para efeitos de argumentação admitindo que tais forças sobre/supranaturais de fato existam em algum nível, seria possível para o ser humano adquirir a capacidade de manipular estas forças ao seu favor? Controlar a natureza, ser senhor da vida e da morte? É exatamente disso que se trata um dos temas mais antigos da humanidade (relacionado ao sobrenatural), a Bruxaria.
As origens dos conceitos relacionados ao que hoje chamamos de Bruxaria remontam à pré-história. Embora seja difícil precisar qualquer época, é seguro afirmar que tudo começou ainda quando o homem estava nas cavernas, e atribuía a seres invisíveis (geralmente mulheres – me desculpem os que gostam de ver deus como um ser masculino, mas as primeiras deusas eram provavelmente mulheres) a responsabilidade pelas forças da natureza (sol, vento, noite, tempestades, etc). Estas crenças se repetiram em diversas outras culturas, tornando-se mais complexas em lugares como a Grécia e o Egito Antigo, mas mantendo as mesmas características: seres humanóides aos quais eram atribuídos os inexplicáveis mistérios da natureza, bons ou ruins, muitos deles possuidores de dons mágicos. A noção de que a própria natureza seria uma entidade por si só (a “mãe natureza”) também é um conceito bastante antigo (tanto é que a palavra “natureza” vem do latim “natura”, e significa “nascimento”). Aliás, a comunhão, respeito e adoração à natureza era a base da bruxaria original (e embora alguns discordem desta afirmação, a bruxaria é provavelmente a “religião original”).
Não há como se precisar com certeza onde as alegações de que era possível manipular as forças da natureza passou dos deuses para os mortais, mas os relatos de bruxas estão espalhados por virtualmente todas as culturas antigas do mundo, embora diferindo levemente em alguns aspectos. Na Ásia, a Babilônia é um notório local onde a bruxaria era algo comum (sendo visto inclusive em relatos bíblicos, onde estas práticas eram consideradas exclusivamente malignas e condenadas pelo cristianismo); no folclore japonês, há duas categorias específicas de bruxos(as): os que possuem cobras como seus representantes, e os que possuem raposas; em lugares como o Haiti, o mito dos Zumbis está intimamente ligado à bruxaria; o Egito Antigo também possui um histórico abrangente de práticas de bruxaria. Mas as noções de bruxaria que conhecemos hoje estão ligadas especialmente às crenças que surgiram e cresceram na Europa durante a Idade Média, e cuja repercussão histórica é notável, principalmente devido ao escopo que tais crenças abrangeram. Embora histerias a respeito de criaturas sobrenaturais não tenham sido incomuns no passado, com abertura de tumbas de supostos vampiros e caça aos lobisomens, foi a Bruxaria que levou o homem moderno mais longe em termos de barbárie provocada por medo e superstição.
Originalmente a Europa não associava a bruxaria a práticas demoníacas, relacionando-as com Diana (Deusa romana da caça e dos bosques). A caça as bruxas começou de forma mais intensa no Sudeste da França e na Suíça, se desenvolveu entre os séculos 14 e 15 e atingiu seu ápice no sudoeste da Alemanha entre 1561 a 1670, não por acaso em uma época onde a influência da Igreja (tanto popular quanto política) era grande o bastante para convencer as pessoas que as Bruxas (que em sua grande maioria eram mulheres) eram amantes do demônio e, portanto, malignas por natureza. Isso levou a uma perseguição insana por quaisquer mulheres que fugissem dos padrões considerados corretos pela sociedade da época. Além disso, foi a desculpa necessária para uma série de condenações que tinham na verdade outros propósitos (era comum o marido traído acusar a mulher de bruxaria, bem como mulheres com quem padres tiveram casos secretos e acabaram engravidando, às vezes como forma de vingança ou até para se apropriar de bens alheios, apenas para citar algumas situações). Os “métodos” utilizados para confirmar que a mulher era bruxa não eram nem de longe justos e muitas vezes (para não dizer a maioria delas) utilizava-se de tortura, que nunca serviu de fato para confirmar se a mulher era bruxa, e sim fazê-la confessar de qualquer maneira. Fazendo um paralelo com a época da perseguição comunista nos anos 50/60, você tinha que fazer de tudo para não ser acusada de bruxaria pois, se fosse, tarde demais. Você já era bruxa e não voltaria a ver a luz do dia.
Foi este período de caça às bruxas que trouxe para os tempos modernos (embora isso tenha mudado nas últimas décadas) o conceito de que toda a bruxaria é inerentemente ruim e toda a bruxa é um ser maligno, não raro associada à práticas satânicas. No entanto antes disso a bruxaria por si só não era considerada uma coisa maligna; era uma capacidade que o seres humanos (principalmente mulheres) eram capazes de adquirir, e poderiam usar tanto para o bem quanto para o mal. As bruxas estavam, no passado remoto, mais ligadas ao xamanismo do que ao demonismo, sendo, assim como os xamãs, figuras sociais que auxiliavam em aspectos como saúde, e comunicação com os mortos e/ou com os deuses. Curiosidades: - A Igreja Católica não foi a primeira instituição a condenar a bruxaria, e nem a idade média o único período; através da história e através das culturas, foi comum líderes condenarem estas práticas com medo dos poderes que as bruxas possuíam; - Aliás, falando em idade média, novos registros históricos mostram que, ao contrário do que se pensa, a caça às bruxas começou no fim da idade média e se estendeu por boa parte da idade moderna, sendo este período o mais marcante da perseguição às bruxas; - Estima-se que cerca de 50 mil pessoas tenham sido vítimas da caça às bruxas, sendo destas apenas 25% homens; - Curiosamente, a grande maioria das vítimas era cristã; - Muitas pessoas acusadas de bruxaria por “estarem possuídas pelo demônio” podem ter sofrido os sintomas de um fungo comum no centeio e outros cereais que ataca o sistema nervoso central. Quem comesse pão infectado com aquele fungo sofreria seus sintomas. Isso também foi uma das explicações para a praga da dança de 1518; - Witch (o termo em inglês para bruxa) deriva do inglês antigo, mais especificamente das palavras wicca e wicce, respectivamente o masculino e feminino de “Feiticeiro(a), mago”; - Antigamente, Bruxaria e feitiçaria se diferenciavam pelo fato de, na bruxaria, não ser necessário ferramentas físicas específicas nem ações coreografadas para lançar um feitiço.uarevaa.com

Happy Halloween

Bruxos antigos em tempos modernos

Sobre as correspondências - Correspondências são relações entre as cores, números, cheiros e objetos. Usados hoje em dia para aumentar o sucesso de um feitiço, Isto é baseado em um princípio de que semelhante atrai semelhante. Seguindo as práticas mágicas cerimoniais das sociedades secretas ocultistas, Gardner deu grande importância à utilização de correspondências e acrescentou seu uso em rituais da Wicca e Magia. Usar as correspondências corretas em uma magia pode implicar em uma quantidade considerável de tempo economizado na realização e resultado de um feitiço. Isto inclui o cheiro de incenso correto, a cor correta das velas e as cores corretas de uma toalha do altar, cores corretas de vestimentas e adornos, isto para citar apenas cinco de uma longa lista de possíveis correspondências. Mesmo que os bruxos tradicionais possam desfrutar da aparência agradável de um altar muito bem preparado e adornado, não é indispensável seu uso no ofício. Enquanto muitos bruxos tradicionais reconhecem a importância de correspondências em ritual de magia e, na maioria das vezes estas correspondências nos poupa muito esforço e tempo nos resultados, ainda hoje a maioria das correspondências mágicas na Arte Tradicional é espontânea e não é utilizada além de um grau mínimo. Se a correspondência correta é acessível, então ela pode ser usada. Correspondências são agradáveis, mas são considerados de menor importância. Para os bruxos tradicional, a preparação interior da mente, tem uma importância muito maior do que as correspondências. O bruxo Tradicional prefere usar a meditação na maioria das vezes para permitir a visualização de magia concluída. A energia primária de qualquer encantamento vem da mente do bruxo tradicional ou vem da ajuda dos espíritos, e não de um ritual, uma ferramenta ritual, a cor da vela, ou um conjunto de outros adereços. Isto muitas das vezes apesar de ser muito importante é ignorado por alguns praticantes de bruxaria moderna que muitas das vezes se preocupam muito mais com correspondências do que com a preparação espiritual e pessoal antes de uma pratica de magia. Há um ditado que dizem que enquanto bruxos modernos passam a maior parte do seu tempo se preparando para a magia, bruxos tradicionais passam a maior parte de seu tempo realizando a magia! Sobre espaços sagrados - A bruxaria moderna acredita que todos os rituais e feitiços devem ser feitos dentro de um círculo, esta é uma crença da magia cerimonial que foi agregada a bruxaria moderna. Eles acreditam que um círculo é necessário para a criação do espaço sagrado. A bruxaria tradicional acredita que toda a Terra é sagrada para os deuses seguindo esta linha de pensamento algumas vertentes da bruxaria tradicional não utiliza esta pratica, é claro que na época de nossos ancestrais isto era possível, não que a terra deixou de ser sagrada, mas hoje em dia ela já foi muito violada e poluída. Hoje não temos espaços sagrados, espaços pessoais, vivemos em amontoados de concreto, muitas vezes passados de mãos em mãos de um inquilino ao outro ou mesmo quando estamos diante de uma bela praia ou de uma floresta mesmo assim estamos sendo olhados por satélites, aviões e helicópteros, diante disto é claro que o circulo ritual para criação de um espaço sagrado veio a calhar e ele alem do ritual também pode ser usado para a proteção, como um retiro para ajudar a concentração e na meditação ou para qualquer outra coisa que o bruxo tradicional possa ter em mente.velhocaminho.com

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Halloween: O Dia das Bruxas

O Halloween ou Dia das Bruxas é uma festa típica da Inglaterra, Estados Unidos e Canadá que acontece nos dias 31 de Outubro. À noite, crianças e adolescentes, vestidos com fantasias de fantasmas, bruxas, múmias, drácula, duendes, gnomos, entre outras criaturas, e carregando abóboras iluminadas com velas, praticam o mesmo ritual: bater de porta em porta, pedindo doces aos moradores (brincadeira de "trick or treat", "travessuras ou doces"). Halloween na Ilha Grande Dia das Bruxas na Ilha Grande Inicialmente o Halloween não tinha nenhuma relação com as bruxas, na verdade era um festival do calendário celta da Irlanda, que era celebrado entre os dias 30 de outubro e 2 de novembro marcando o fim do verão, que era considerado como o ano novo para os celtas, para eles esta data era uma data sagrada. O ápice da “festa” ocorria na noite entre 31 de outubro e 1º de novembro. Esta noite era chamada de Hallow Evening, transformando-se em Hallowe’en e finalmente Halloween. A relação do Halloween com as bruxas ocorre na Idade Média em virtude das perseguições incitadas por líderes religiosos e políticos, conduzindo homens e mulheres, considerados curandeiros ou pagãos, a severos julgamentos pela Inquisição. Os “proclamados” bruxos ou bruxas, em elevado sentido pejorativo e negativo, eram jogados na fogueira e queimados vivos. Existia a lenda, que dizia que os espíritos dos mortos voltariam para assombrar os vivos. As pessoas tinham muito medo de serem possuídas por esses espíritos, e por isso todo dia 31 de outubro, eles se vestiam de bruxas e caveiras para assombrar os espíritos. Hoje o Dia das Bruxas é comemorado por milhares de pessoas em todo mundo, não como uma data sagrada, mas como uma data divertida e diferente. : ilhagrande.org