quinta-feira, 18 de abril de 2013
A mitologia do caldeirão da Bruxa
O caldeirão é um dos primeiros elementos que vêm no nosso imaginário quando compomos mentalmente a mítica imagem da bruxa - os outros são a vassoura e a varinha mágica.
Este recipiente feito de ferro fundido, com três pés de apoio, é muito mais do que uma grande panela que esquenta e conserva calor, tornando-se peça chave dentro dos rituais e na elaboração de porções mágicas.
Além disso, ele agrega riquíssimos símbolos ligados à prática Wicca, que é como se denomina a religião pagã mais conhecida como bruxaria, que tem como figura central a adoração à Mãe Natureza ou Deusa Mãe, como é usado com mais frequência.
E nada mais coerente do que ter o ato de cozinhar ligado a esses seres mágicos, afinal, culinária é a máxima da alquimia. Em Wicca, o caldeirão representa o princípio feminino, a fertilidade, um útero onde as coisas são concebidas e geradas, tomando forma através da combinação perfeita de ingredientes. Um recipiente que simboliza a transformação, nascimento e crescimento. É no caldeirão que raízes e ervas se misturam, originando poderosos remédios, porções, chás, unguentos, cozidos e banhos.
O elemento água utilizado na preparação dos caldos também faz referência ao ativo da clarividência, inspiração e imortalidade. As bruxas costumam encher o recipiente até a borda e usar o espelho d'água para prever o futuro ou vizualizar fatos do passado.
CALDEIRÃO x SANTO GRAAL
Muitas histórias mitológicas foram construídas em cima deste elemento mágico. Uma das teorias mais curiosas mistura sua simbologia com a do Santo Graal - o cálice usado por Jesus Cristo na passagem bíblica da Última Ceia.
Na antiga Irlanda précristã, berço dos celtas e druídas, reza lenda que a recompensa de heróis que saíam vitoriosos de batalhas era receber um "caldeirão", por ser considerado um objeto sagrado de conservarção dos alimentos, como prêmio de bravura.
Supõem-se que as primeiras citações do Graal tenham tido origem nas lendas do Rei Artur e os Cavalheiros da Távola Redonda, mas com a chegada do cristianismo, esse elemento teria se "adaptado" ao enigmático Cálice Sagrado, que também era buscado com o objetivo de reestabelecer a paz durante o reinado arturiano.colheradacultural.com.br
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